domingo, 23 de setembro de 2007

Naufrágios


I

Singela palavra que cospe
O sonho,
A eterna morte,

Esperanças ao final de túneis,
Luzes movediças e sortes apagadas

( grita, grita!)

A palavra em si resvala,
Sangue
Quase não há

Vida, perdeu-se no tempo
Tempo , perdeu-se a nadar

Enquanto as bolhas sobem,
A palavra baila no ar,

Oxigena de luxos a alma
( destinos ignorados, semblantes
indecisos...)

Largados os verbos na palavra
Em palavras largadas ao leu

No enorme mistério
Amar!


II


Só o sentimento,
É o cárcere,
Testemunha
E o algoz

Da sombra que nasce,
E reside,

( em nós?)

Em algum lugar
Entre a praia do ventre materno
E as entranhas,
( estranhas )

Mundanas!


Texto de Marcos André Carvalho Lins
Imagens de Osvaldo Barreto

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