domingo, 12 de outubro de 2008

CARTA ( PÓSTUMA ) À MINHA VÓ


Vovó,

A vida é, por assim dizer, certa e errada. Ela leva de nós quem mais amamos e deixa-nos em troca uma saudade sem limites. E lembranças, quantas lembranças! Lembra vó, de tudo que sonhávamos juntos, brincávamos juntos, esquecíamos juntos, e depois relembrávamos novamente tudo juntos. Lembra do seu riso doce e terno, do seu olhar de um milhão de dólares e paciência para com o mundo? Você não esperava a andorinha, pois fazia o seu próprio verão. Quantas risadas gostosas dividimos nesse tempo todo de convivência e companheirismo mútuo. Você sempre foi mais que uma avó, uma bússola, um norte, um dia de primavera. Dá pra ver você conversando bobagem em frente à televisão na companhia de seu eterno Silvio Santos (e coitado daquele que não gostasse de Silvio Santos). Dá pra sentir o calor da sua testa em cada beijo estalado que você não gostava, não que não gostasse de beijos, apenas não agüentava tantos afagos. Lembra vó, das provas que a vida lhe obrigava a passar para alcançar seus objetivos? Tudo por causa de uma perna que não ajudava no caminho? Lembro ainda, da sua admiração ao ver um show de Roberto Carlos, pois ele vinha praticamente até você e cantava no seu ouvido.

Foram as suas impressões. Quantas lembranças, minha avó, quantas vidas vividas numa só! Quantos mapas deixaste pelo caminho, para que hoje a eternidade possua trilhas seguras, pelas quais seus parentes e amigos possam passar. Quantas lembranças, minha avó, quantas vidas vividas numa só!
Até breve, Vó! No terreno das lembranças, e em todos os demais, nunca nos esqueceremos!

Marcos André Carvalho Lins


MISSA DE SÉTIMO DIA:
IGREJA SANTA TERESINHA, DERBY
RECIFE-PE
13/10 ÀS 18:00h

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