domingo, 22 de abril de 2007
A flor azul & Das ilusões
Das ilusões
Sempre há,
Uma ilusão qualquer
Nos horizontes de quem ama
Uma alusão qualquer,
A dois espectros numa mesma trama
Mas quem ama,
Olha por dentro,
Vê cem por cento,
Beija e afaga,
De coração e alma...
( quem ama faz da essência a
Própria presença, e do pensamento, a
Fortuna dos dias...)
A flor azul
Entre os campos cresceu uma flor azul
Anil.
Como o firmamento.
Flor ou alienígena ?
O que vem da terra não se explica
Apenas se compreende que não era uma flor qualquer
Um tesouro
Um diminuto coágulo de fé
A mistura do luxo e da miséria
Dos que caminham montados e dos que vão a pé
Num único ato de consternação
Ela floriu onde só havia mato
Surgiu do ato de ressurgir
A flor era azul mas o vento continuava invisível
Tornou o invisível do vento azul
E a vida aflorou ali mais visível
E o riso ganhou cor
Brotou para todos uma presença em forma de pétalas
Correram até lá as senhoras honestas
Como também as meretrizes
A flor era azul mas o campo era triste
(o vento quase desiste
De passar por lá)
As mulheres tocavam-lhe o azul
Soava-lhes como um toque desperdiçado
Nada conseguiam
Apenas a terra conhecia o milagre
Apenas o vento invadia-lhe a intimidade
Apenas o firmamento sabia a verdade
O pequeno toque não era definitivo
Nem mesmo trazia curas
De dores
Ou chagas
Pois a pequena flor consigo chorava
Porém os fenômenos nem sempre sorriem
Às vezes eles procuram em vão coibir
O uso abusivo de sua imagem
Eles guardam uma certa vaidade
Uma mácula infeliz de certa arrogância
São seres que discordam dos passos de dança
E também cosem estranhas alianças
Com o vento
Com a terra
Com o firmamento
E também com a esperança...
Todos a apelidaram: a flor invencível.
Texto: Marcos André Carvalho Lins
Imagem: Osvaldo Barreto
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