segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Ver vidas
Ver vidas vertidas em breu. Um coração
Que partiu. Uma alma rediviva que não cedeu.
Vidas aos cuidados dos céus. Ver vidas vividas.
Ver um pouco de cada um no outro. Ver vidas.
( ver )
O farol avermelhado, o sentimento
Raquítico ser vertebrado a pedir,
O nó preso à garganta,
(quanta miséria e quanta pujança!)
( vidas )
Vidas aviltadas, ressentidas, doloridas
Vestidas na inconstância do desabrigo
Dormindo em albergues do infinito,
Propalam as madrugadas nos olhos abrasivos
E descem a rua como escravos da desventura
Desaparecem na esquina do nada,
Engessados na escuridão que sangra
Amontoados entre pedaços opacos
Da noite que não os nina,
Apenas atrasa o caminho, os passos,
As distâncias, as circunstâncias, as sinas
( a caneta que assina, é a mesma que assassina )
São entes que brotam, crescem e morrem,
No concreto...
No asfalto...
Na surdina...
Texto de Marcos André Carvalho Lins
Imagem Osvaldo Barreto.
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