terça-feira, 11 de setembro de 2007

Cadê Marluce????


Passagem

Sento-me à plataforma da estação
A ver o trem passar!
Passa o trem
E o aceno da menina...
Passa o trem
E o olhar cálido da mocinha...
Passa o trem
E um sorriso leve no rosto da mulher,
Transformando-a em velhinha...
Passa o trem
E eu também!?...
E a plataforma
Não é ponto de chegada,
Não é ponto de partida,
É caminho de passagem!
Eis a viva,
Passagem!


Marluce Freire Nascasbez


O bailar das folhas secas...


As folhas secas,
Esvoaçadas pelo vento,
Formam no ar
Um bailar de vindas findas
Que se sacodem saciadas
Por terem cumprido suas missões de sombra...

E em êxtase,
De vida em mutação
Bailam ao vento,
As folhas secas!
Desvencilhando-se do que foram,
Suspirando o que serão!

Talvez as folhas secas retomarão suas vidas em um coração!

Coração,
Que certamente,
Antes de ser folha
Já foi outra coisa também!?...
Assim as folhas secas continuarão o bailado
Da vida,
Pulsando dentro do peito de alguém...

Marluce Freire Nascasbez


Sob as ordens da amada...

O cavalo de Ramon
Vai à feira todo o sábado!
O cavalo de Ramon
Volta sozinho para casa todo sábado!
Ramon vem para casa a pé,
Bêbado!
Pé no mato, pé no caminho!
Esquecido do cavalo e dos apelos e advertências
De Juli!
Ele chega em casa,
E sua amada espera-o à janela
Mando-o pedir
Perdão ao cavalo!
E a ela,
Ele põe-se de joelhos
Chora e pede perdão!
Jura nunca mais fazer o mesmo...
E todo o sábado Ramon vai à feira,
O cavalo volta sozinho,
Ramon volta bêbado,
Pedi perdão ao cavalo,
E para ela,
Ele põe-se de joelhos e chora
E jura nunca mais fazer o mesmo!


E amanhã é sábado...

Marluce Freire Nascasbez

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