domingo, 25 de janeiro de 2009

Ser humano, SER, APENAS AMAR, Beneditas

Photo Credit: Fundação Joaquim Nabuco

Ser humano

Ser humano é descobrir-se, no sentimento,

Ser humano é marejar, o pensamento,

Ser humano é crescer, com o próprio sofrimento,

Ser humano é lutar e padecer, entre moinhos de vento,

( ser humano é ter a humildade de perceber os olhos,
por detrás das pestanas; as mãos, por baixo das luvas;
o coração, oculto pelas vísceras; e o mundo, além dos
vestígios...)

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SER, APENAS AMAR

Amo-te tão tenaz e fortemente,
que não sou capaz de comportar
o que meu coração sente.

Sou sonho que se faz realidade,
a sua frente.

És coisa que se esfuma ao amanhecer.

Somos forças que se equivalem,
se completam e se dilatam com o tempo...

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Beneditas

Quando a brisa cinge o mar e torna,
Lembro-me da minha revolta
Pela pobreza desmedida
Pela miséria entorpecida
Pela riqueza que vive a flutuar,
No ar, sem destino ou responsabilidade
Sem escrúpulo ou verdade
Reproduz-se, ou adota contas bancárias?
De tudo, há certeza, é perdulária
Gasta mais do que arrecada
Pois vive uma trama imaginária,
Com papel em alambiques
Fermentando como vinho,
De safra usurária e maldita,
Que nunca alcança tuas mãos calejadas, pobre Benedita!
Cada barril destilado,
Como saúde e abrigo,
Atinge apenas mesas fartas.
Não é para ti, Benedita!
Tu ficas com o resto escondido
No bolso do teu vestido
Daquela festa de grã-fino
Te contentas com pouco,
Porque do pouco ao menos podes ter orgulho
És única em repartir o pão
Com o primeiro a te mendigar
Nomes tens em demasia:
És benedita ou és maria
Sobrenomes, porem, não costumam perguntar
Não por discrição,
Ao contrário, não querem é bajulação
Preferem gastar tempo na ciranda,
E se afogarem
Na imundície financeira
Nos câmbios flutuantes e nos juros extorsivos
Que não é do teu mundo sonhar.
Sois apenas uma sobrevivente
Destes cantos quase dementes
De negociatas que se desmentem.
Dos lucros,
És a fina flor
Pois se enriquecem hoje com teu calor
É porque amanhã irão beijar tua mão
E em frente a todos te pedir perdão
Nos idos da revolução.

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Marcos André Carvalho Lins 
É bacharel em Direito formado na Universidade Federal de Pernambuco e ocupa o cargo de Técnico Judiciário Federal no TRT -6a Região (Pernambuco), sendo também escritor diletante.

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