segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Invernos

Vulto ao longe,
Alguém que se oculta,
(visão: quase nada...)

Sonhos abertos à bruma...
Sanha profunda.
De que ?
Não se sabe.

Não se fala palavra.
Seres lacônicos.
Silêncio na alvorada
(vidas que não se tocam, se entocam)

Se escondem os mortos.

II

A mulher que, despida,
Observa as formigas...
Seguem caladas.
A mulher e as formigas.

( atmosfera cinza.tempestade.
Congelam-se os brados...)

A mulher esquecida,
Ainda que sem as vestes
Agasalha o orvalho...

As formigas se perdem
( parecem trabalhar para receber salário...)

III

É a alma do mundo – convence o profeta
Em transe,
Em fuga,

Buscando mudanças...

Texto de Marcos André Carvalho Lins

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